top of page
Âncora 1
A princesinha
Princesa da província de São Paulo foi o apelido dado a Bananal no século XIX quando se tornou a mais rica da província pela produção de café. Seu nome veio do tupi, os índios chamavam Banani, rio sinuoso, o rio que deu nome a cidade. 
Com pouco mais de 10 mil habitantes os setores que mais empregam na Estância Turística de Bananal são agricultura, turismo e serviços. Seus limites territoriais estão na divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A oeste limita-se com as cidades de Arapeí e São José do Barreiro, ambas no estado de São Paulo. Já ao norte com Barra Mansa, a leste com Rio Claro e ao sul com a cidade de Angra dos Reis, todas no estado do Rio de Janeiro.
Âncora 3
Os 614km² do município chegam até a Serra da Bocaina onde a Estação Ecológica de Bananal foi criada para preservar a diversidade de plantas, animais e microrganismos remanescentes da Mata Atlântica que serve como campo de pesquisa para diferentes profissionais da área de meio ambiente, alunos de graduação e pós-graduação de diversas Universidades. A rodovia SP-247 liga o centro da cidade a região que foi declarada como Patrimônio da Humanidade. Com tudo isso, a beleza natural é um convite a cidade, as cachoeiras mais conhecidas são a do Bracuí e a Sete Quedas.
DSC_0130
DSC_0019
DSC_0007
DSC_0035
DSC_0080
DSC_0091
DSC_0109
DSC_0117
estação banana
GOPR1271

Tanto na zona rural como no centro histórico há antigas construções que registram a riqueza do passado. E por falar nele, a Rodovia dos Tropeiros, SP-068, é parte da antiga rodovia Rio-São Paulo que foi substituída pela Via Dutra, BR-116.

 

Após essa mudança, cidades como Bananal ficaram afastadas do desenvolvimento, mas este se tornou um caminho onde é possível encontrar muitas fazendas e casarões do período em que a cafeicultura reinava no Vale do Paraíba.

"O Império é o café e o café

é o Vale"

Âncora 6

O cultivo do café no Vale do Paraíba coincide com o período em que a família real portuguesa passa a residir e governar o Império a partir da colônia brasileira, que se torna Reino Unido de Portugal e Algarve.  Essa situação inusitada  proporciona grandes privilégios ao Brasil e um deles é o convívio com a nobreza e com os costumes europeus. A corte instalou-se no Rio de Janeiro e até mesmo a parte paulista do Vale é relativamente próxima a cidade mais movimentada do Império naquele período.

 

As relações entre a corte e os fazendeiros do Vale eram estreitas. Conceder títulos de nobreza foi mais um dos hábitos trazidos, por isso os cafeicultores ficaram conhecidos como "Os Barões do café", mesmo aqueles que não possuíam o  título, formavam a elite brasileira. O dinheiro do café proporcionou o estudo aos filhos em escolas europeias, na volta traziam a cultura e o gosto, principalmente francês, que era a influência da época. As casas apoderaram-se do estilo arquitetônico e os artigos de luxo ocupavam espaço no interior delas.

As mulheres eram simples no traje caseiro e um fazendeiro usava linho branco em casa, mas lã inglesa e casimira para visitas. Colarinho alto engomado, punho e peitilho postiços e chapéu coco preto para ir a cidade. As fazendas eram em sua maioria auto suficientes, cultivavam culturas para subsistência além do café, e constituíam-se como o local de governo dos senhores que frequentavam a cidade para festividades e encontros sociais.

Âncora 8

O solar do comendador Manoel Aguiar Valim era local de encontros, inclusive políticos. Sua fortuna equivalia a 1% do PIB nacional, cunhou sua própria moeda para facilitar o pagamento de empregados e serviços que eram aceitas em Barra Mansa e no Rio de Janeiro.


Juntos os barões do café levaram para Bananal muitas benfeitorias entre elas um ramal para a Estrada de Ferro D Pedro II que ia até Barra Mansa. A estação  metálica com piso de Pinho de Riga foi trazida da Bélgica. Financiaram e participaram ativamente de momentos importantes da história nacional como receber o Imperador D Pedro I à caminho do Ipiranga para proclamar a Independência do Brasil e enviar escravos para a Guerra do Paraguai. 

Âncora 9

Nas propriedades tinham a casa-sede da fazenda que em geral eram divididas em dois blocos. A parte onde vivia a família do proprietário e desenvolvia-se os serviços domésticos reservadamente por trás das portas, e as áreas e salas onde recebiam visitas. O casarão formava junto com a tulha, local de armazenamento do café, com o engenho de café e as senzalas um quadrado que cercava o terreiro, local de secagem dos grãos para melhor fiscalização do trabalho. A capela também não podia faltar.

Dependendo do porte da fazenda poderia haver ainda desde engenho de açúcar e aguardente, oficina para guardar ferramentas, moinho para cereais, casas da administração da fazenda para feitores, capelão e boticário, além de paiol para estocar alimentos, olaria para confecção de telhas, pomares, hortas, galinheiros, currais e ranchos para animais de tropa, carros de boi e passeio da família até vendas para controlar debaixo das vistas os escravos a quem permitiam beber aos domingos

Bananal chegou a ter sete barões e um visconde e destaca-se pelo grande número de escravos concentrado em suas terras, 13 mil cativos. A maioria trabalhava diretamente no cultivo do café, mas haviam os escravos domésticos e de acordo com suas aptidões eram designados para a caça e a pesca.

 

Os negros eram a representação da riqueza de seus senhores. Mais caro do que a terra, principalmente após a proibição do tráfico negreiro, muitas fazendas possuíam dentre as suas instalações um espaço para tratar escravos adoentados. Em alguns casos composto de farmácia e consultório médico.

bottom of page